Codisburgo, cidade natal do escrtor Guimarães Rosa, fica no Estado de MInas Gerais. Essa igrejinha foi construída em 1881, e apresenta como interessante as portas e janelas no formato de bala de arma de fogo.
Do ponto de vista material não vale nada. Somando tijolos, madeira, piso, telhas e etc qualquer um pode construí-la com relativa facilidade.
Em contrapartida para a história da literatura brasileira e a cidade de Codisburgo esta construção tem um valor incalculável. De nada adiantará a promessa de construção de uma Catedral no lugar. Para os leitores de Guimarães Rosa parte importante da história será irremediavelmente perdida.
Quantos casamentos, batizados e missas especiais foram realizadas nesta capela? Quantas lembranças estas paredes encerram para a vida de milhares de pessoas de varias gerações?
A titulo de exercício imagine que um grande empresário compre o terreno onde está a igreja. Tem ele o direito de usá-la ao seu bel prazer? Pior, tem o direito de derrubá-la?
Tem!!!!! Na medida em que ele comprou e pagou a lei lhe dará todo o poder de fazer o que bem entende em sua propriedade.
E a história do lugar? E as beatas que freqüentam a missa por anos a fio? E os projetos sociais da paróquia?
Para quem acha que as coisas só possuem valor monetário isto não tem a menor importância.
A mesma situação serve para uma casa. Tem moveis que não possuem valor venal algum. Mas trazem um componente sentimental de dificil explicação. Como foram comprados? Como foram escolhidos? Quanta alegria trouxe no dia da instalação? Como foi a reação das crianças?
Comigo aconteceu o mesmo. Compraram meus moveis. Pagaram por meu passado. Mataram o que eu podia chamar de lar.
Lá está meu tumulo. E a compradora ainda faz churrasco em cima do que representa os melhores anos de minha vida.
Ela tem o direto! Comprou, pagou? Usa como quer!
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